sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Preto no Branco
Essa questão da descriminação racial é muito delicada. Pra mim, qualquer distinção feita pela cor ou característica peculiar de uma pessoa, já é chato. O próprio fato de entender a cor como um diferencial - mesmo sob o pretexto de igualar - já indica, em contrapartida, uma oposição. É como dizer "A nossa justiça vai igualar vocês à nós, normais". Acontece que descriminação é notícia, sempre.
O complicado é quando a imprensa força isso, como dizer que "Remuneração opõe negros e brancos", título de matéria publicada no jornal de hoje (10/09). A palavra "opõe" dá uma impressão que o mesmo cargo tem salários diferentes conforme a cor do indivíduo. E outra, não há oposição, cada um tá no mercado para conquistar seu espaço. Assim como negros - ou pretos, não há diferença - não alcançam sucesso amparados por uma lei de "justiça racial".
Se o a média do salário de negros no Paraná é menor que a média de brancos, o motivo é cultural. Algo relacionado à colonização européia, a implantação dos grandes centros e, depois, o êxodo de moradores de outros estados. Para uma reflexão dessa não precisa nem de esforço do jornalista, basta uma boa fonte.
Nada que justifique o direcionamento da matéria forçando um "confronto", muito menos o título escolhido.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário