terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A menina que roubava sonhos


Eu tenho um sonho bom, nele toca Bob Dylan. Estou deitado, abro os olhos e vejo um campo de flores. Rosas, vermelhas, amarelas e azuis. São violetas risonhas, belas tulipas, talvez margaridas e rosas românticas. Eu recolho minhas coisas e sigo.

Though I know that evenin's empire has returned into sand,

Vanished from my hand,
Left me blindly here to stand but still not sleeping.

Eu já conheço essa trilha, são os mesmos passos de ontem.  No chão, em meio a grama rala, já pisada, se espalham cartas de Neruda à Vinicius, de Vinicius à Goethe. São palavras bonitas. Eu caminho entre os significados dessas cartas num rastro de saudade, a procura de um sorriso que não é meu.

My weariness amazes me, I'm branded on my feet,
I have no one to meet
And the ancient empty street's too dead for dreaming.


Logo a frente, onde finda a trilha, eu vejo uma menina de cabelo vermelho e vestido florido. Ela dança como dança quem não é visto, rodando seu vestido numa poesia que é só dela.  Nasceu com isso. Com ela, também, está o sorriso que procuro, uma cesta e um pincel numa das mãos. Enquanto dança espalha as cartas, palavras bonitas. Com o pincel desenha sorrisos nas violetas, belas tulipas, talvez margaridas. As rosas não. Pra serem românticas, cria com um beijo.

Take me on a trip upon your magic swirlin' ship,
My senses have been stripped, my hands can't feel to grip,
My toes too numb to step, wait only for my boot heels
To be wanderin'.

Vestida de primavera, sorriso de quem brinca, a menina de cabelos vermelhos carrega na cesta os sonhos de outros viajantes, poetas, boêmios, errantes... uma coleção de “bem-me-quer” e um punhado de dor. Naquele campo sem passado, entorpeço na miragem colorida desse folk, sem perguntas, afinal. E onde estou, fico, vendo o sol deitar no fundo. O campo ganha mais em cores a cada passo da menina-primavera. Ela segue sua dança, leva o sol para o próximo sonho e eu adormeço no colo da lua.

I'm ready to go anywhere, I'm ready for to fade 
Into my own parade, cast your dancing spell my way,
I promise to go under it.

Eu, Bob Dylan e a Lua, nada mais que isso.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me...

“Pilote a seu favor” faz treinamento com a guarda civil

Campanha promovida pelo jornal O Diário e parceiros quer alertar para os fatores que colocam o motociclista em situações de risco

Foi realizada na última quinta-feira, 01, a primeira de uma série de ações educativas que fazem parte da campanha de conscientização no trânsito “Vida: Pilote a seu favor”. Promovida pelo Grupo O Diário em parceria com Sindimotos e Beto Produções, a campanha tem como apoiadores a Honda Freeway, K1 Motors e a Eriton Motos. 

O curso tem carga horária de oito horas, dividas entre quatro teóricas e quatro práticas. A primeira palestra foi realizada na sala de treinamentos da Honda Freeway e teve como público cerca de 20 agentes da guarda civil. Para o diretor comercial da concessionária, Alessandro Piero, as ações educativas somam em valor para a classe de motociclistas da cidade. “O motociclista tem que entender que ele não é só vítima, mas parte integrante desse processo que é o trânsito.”

Com foco na segurança do motociclista, os treinamentos apresentam desde os cuidados básicos com itens de segurança até técnicas de pilotagem defensiva em condições adversas. Segundo o instrutor Carlos Beto, da Beto Promoções, o objetivo é alertar para os inúmeros fatores que colocam o motociclista em situações de risco.

“Não é só o modo como o motociclista pilota, é preciso que ele tenha consciência do tempo de reação do seu cérebro, como agir e quanto espaço ele precisa para o caso de uma frenagem de emergência”, explica. Aspectos relativos à condição do motociclista também são abordados no curso. “Fazemos um cálculo para saber a quilometragem mensal percorrida por cada um. Com base nisso, estabelecemos uma média segura que evita o desgaste excessivo.”, completa.

A segunda parte do treinamento é feita em pista montada no terreno do antigo terminal urbano. Para Beto, porém, grande parte dos motociclistas maringaenses apresenta falhas primárias, como má postura sobre a moto, posicionamento inadequado na via e uso indevido dos freios. “São falhas na formação do condutor, descuidos simples que só contribuem para o alto número de acidentes na cidade”, completa. De janeiro a novembro deste ano já foram registradas 76 mortes em Maringá, 46 eram motociclistas.

Serviço:
Pessoas e empresas interessadas em participar devem entrar em contato com Beto Produções, nos telefones: (44) 4141-4826 e (44) 9134 0817.  As inscrições são gratuitas.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Choppstorm, com PC Siqueira, atrai mais de 450 pessoas em Maringá

Matéria para o portal odiario.com, postada aqui.

Quarta-feira e, mesmo não tendo rodada de futebol, a chopperia estava lotada. Cerca de 450 pessoas, grande parte adolescentes, se misturavam entre as mesas e a movimentação dos garçons. O vai e vem das canecas só interrompia quando, de uma janela interna, surgia um sujeito franzino e descabelado vestindo camisa xadrez e óculos retrô.

Enquanto o público aguardava, PC Siqueira aproveitava para tirar fotos e comentar nas redes sociais. O comentário era visto e respondido quase que instantaneamente por quem estava no bar. Essa relação direta com o público e sua transformação em “webcelebridade” eram, justamente, os temas do 1º Choppstorm, ciclo de debates sobre comunicação e propaganda promovido pelo Publistorm, blog parceiro do jornal O Diário.

“O PC tem carisma, o que atrai muita gente. Ele descobriu como fazer sucesso estando na tv, web, publicidade”, explica Felipe Agnello, criador do Publistorm e um mediador do evento. Segundo Agnello, muita gente que o conhece só pelos vídeos, se surpreende com o conhecimento que PC Siqueira esboça numa conversa comum. “Ele sabe o que está acontecendo, participa disso tudo e está ciente de toda essa mídia em cima dele”.

Sob uma chuva de flashs e parando a cada metro para atender a pedidos de foto, PC Siqueira chegou ao palco e se juntou aos entrevistadores: Jany Lima, coordenadora artística e apresentadora da Mix FM, Wilson Teixeira, diretor de Marketing do grupo O Diário, Ivan Tomita gerente de Produção da Bandeirantes TV Maringá e Kim Archette, apresentador do programa Quinquilharias, também da TV Maringá. As perguntas, que iam desde sua ascensão na rede até sua preferência por dinossauros, também podiam ser feitas pelo twitter por meio da hashtag #PCnoCHOPPSTORM.

Não fossem os vídeos postados em seu canal no youtube, o paulista natural de Guarulhos Paulo César Siqueira continuaria sendo um ilustrador de que trabalhava de domingo a domingo em seu quarto. “Eu fiz como qualquer pessoa faria com uma câmera em casa: liguei e falei”. Depois que postou o primeiro vídeo, em fevereiro de 2010, seu videolog “Maspoxavida” já teve mais de 34 milhões de acessos e seu perfil no twitter já ultrapassou 1 milhão de seguidores.

“São varias pessoas que se identificam com o que você tá fazendo e começam a valorizar aquilo que você diz”, respondeu. Com a fama e a agenda que vieram a seguir, o PC ilustrador deu lugar ao vloggeiro. Em pouco mais de um ano, a imagem de PC Siqueira passou a ser vendida em comerciais na web, tv e eventos. “Tem muita procura, mesmo. Isso me permite escolher quais produtos eu vou fazer, aqueles que eu indicaria mesmo”, completa. Segundo adiantou o blogueiro do odiario.com, Fábio Linjardi, só para o evento de ontem foram R$ 5 mil, mais despesas de alimentação e hospedagem.

“Não dá pra criar um vlog e dizer: ‘Vou trabalhar com isso’. É só um lugar democrático que você coloca suas ideias e ninguém vai te interromper”, respondeu, afirmando não ter ideia de porque outros vloggeiros não alcançaram o mesmo sucesso. Ainda na metade do evento, a hashtag #PCnoCHOPPSTORM já estava no trend topics Brasil, os assuntos mais comentados do twitter. A essa altura, já passavam de trinta os adolescentes de pé ao lado do palco, incansáveis.

Todos queriam ouvi-lo, mas o som não ajudou muito. Para responder uma das perguntas, PC foi até a beirada do palco e sentou-se ao lado da fã. “Bom” para Nina Desenne, 14, que mal conseguia falar depois disso. “Achei muito legal. É um bate papo... aqui é um bar, estou com meus amigos e ele sentou do meu lado”. Quando perguntada sobre o porque de PC ser tão importante, a estudante não gaguejou. “A gente percebe que ele não pensa como os outros. Quando tem um assunto que qualquer pessoa diria algo normal, ele vai lá e fala algo completamente diferente”, completa.

Antes mesmo de acabar as perguntas já não era possível contar o número de pessoas que cercavam o palco. Entre o encerramento e a chegada até o camarim foram 17 minutos e 43 fotos - contando com as quatro que precisou fazer com funcionários da chopperia quando tentou escapar pela cozinha. Sobre o assédio, PC diz ter noção que “isso acaba”, mas não tem medo de, com o tempo, ser só mais um rostinho bonito da internet.