sábado, 26 de fevereiro de 2011

Aqueles olhos - II

E esse sorriso?

De quem viu a lua.

Lua que responde sorrindo?

Que me olha de volta.

Acompanha.

Persegue.

Encontra.

Mas não sabe o que procura. Olha à deriva.

E quem se importa? A resposta consciente é máscara de moralidade.

O olhar responde à loucura.

Seu medo?

Deixei no rastro, no perfume.

Nem viu que horas eram.

Enquanto fosse noite, valeria a pena.

Mesmo de longe.

Mesmo bem perto.

Mesmo no rastro.

Mesmo no instante. No instante que aquele olhar me olha de volta.

Que a lua responde sorrindo?

Não precisa ser a lua, desde que seja ela.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Aqueles olhos

Não pode ser medo.

Olha bem pra minha cara.

To olhando. Não pode ser medo. Eu?

Porque não?

Porque medo? Medo de quê?

Talvez não seja medo então. Isso deveria ser algo bom, não acha?

Sei lá. A gente sabe como funciona.

Cada detalhe.

Cada gemido.

Não de dor.

Nem de medo.

Tá vendo, porque eu teria medo de mais uma, só mais uma?

Porque você não disse oi, então?

Sei lá. Não disse.

...

Isso não tem nada a ver.

Eu deveria estar tranquilo agora.

Porque?

Porque eu não preciso de nada.

Então porque procura? Porque procura naqueles olhos? Porque procura naqueles olhos que você tem medo de encarar?

São diferentes.

Nem azuis são.

E pequeninos.

Sem maquiagem alguma.

Parece que...

Desafiam.

Interrogam.

Porque?

Pra saber do que eu tenho medo.