terça-feira, 26 de julho de 2011

Paraíso é calma e beleza para poucos



Rua do parque residencial Rio Branco tem apenas seis casas e, segundo os moradores, uma tranquilidade que faz jus ao nome

Imagine uma rua em que as casas não têm portões, há bancos nas calçadas e os vizinhos se conhecem. Longe da agitação urbana, o único movimento é o dos próprios moradores e, por não ter saída, acaba numa pequena praça, com um balanço infantil e uma grandiosa árvore. Essa rua existe, fica no parque residencial Rio Branco, zona sul de Maringá, e, por coincidência, leva o nome de Paraíso.

A tranquilidade transmitida aos visitantes é confirmada por moradores, como Eduardo Sampaio, 26, estudante. “Ela [a rua] sempre foi tranquila desse jeito. Aqui a gente conhece praticamente todo mundo.” Sampaio, que mora na Paraíso desde que nasceu, diz que, pelas qualidades da rua e do bairro, é difícil ver mudanças. “A maioria mora aqui há mais de 20 anos. Quem vem para cá, dificilmente sai”, completa o estudante.

Por ficar num bairro de classe alta e cercado de condomínios horizontais, a rua Paraíso se tornou um refúgio para profissionais com alto poder aquisitivo, que têm rotinas desgastantes. Entre os moradores há empresários, engenheiros e uma professora, Walderez Franco, 50, que aproveita as tardes de folga para estudar em casa. “Eu tenho que entender sobre estatística. Imagina se não fosse calmo?”, completa a professora de farmacologia, que está preparando a tese de doutorado.

Para a psicóloga organizacional Carmem Lúcia Cuenca Moraes, a qualidade de moradia influencia diretamente na produtividade. “O funcionário, primeiro, tem que satisfazer suas necessidades básicas que são sobrevivência e segurança”. Segundo Carmem, quando o funcionário vai para casa e consegue abstrair a pressão do dia-a-dia, volta para o trabalho bem disposto e com maior capacidade de produção. “É bom também saber que a casa e seus filhos estão seguros, e que você pode trabalhar tranquilo”, completa a psicóloga.

Além dos aspectos psicológicos, as qualidades que ruas como a Paraíso apresentam, colaboram para aumentar o valor dos imóveis. O empresário do ramo Milton de Oliveira, conta que quando é feita a vistoria para avaliação da residência, a empresa procura levantar pontos como “vizinhança, histórico, segurança, fluxo de veículos”, explica o corretor.

Oliveira, que trabalha há 21 anos com imóveis de alto padrão, diz que são muitos os pontos que podem favorecer ou desfavorecer um imóvel e a avaliação varia de acordo com o perfil do comprador. “Costumamos dizer que tem um imóvel certo para cada pessoa”, completa o empresário.

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