sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A (a)posta do Santo

 

Da série de matérias sobre o "Festival Prato de Butiquim", publicada no jornal O Diário e no portal odiario.com no dia 06 de outubro

Já na entrada do bar você percebe a diferença, a recepção é feita ao som de Mart’nália e o ambiente decorado entre o rústico da madeira e a delicadeza de letras à mão, gravadas na parede. Na batida leve do afro samba, você pode aproveitar para conhecer a “Posta Marinada do Santo”, prato que representa o Santo Bar no Festival Prato de Butiquim, que será realizado em novembro.
 
Enquanto aguarda o preparo – tudo é feito na hora – a sugestão são as famosas batatas em conserva, temperadas com azeite, orégano e sal. Para provar do estilo musical da casa, você espera na companhia de Paula Toller, Tulipa Ruiz ou quem sabe um blues – o “setlist” é recheado. Na cozinha o corte do lagarto, chamado de posta, vai ao fogo.
 
“Para ser servido à noite, a carne descansou o dia todo em molho de azeite com cebola picada e ervas finas”, explica Hamilton Mariano, organizador de eventos e gerente do Santo. Quanto mais tempo a peça “marinar”, mais sabor empresta do tempero. Mariano entende, mas quem toma conta da cozinha é a esposa, Val Fuentes, que se diz apaixonada por culinária.
 
Artista plástica, Val coordenava um ateliê e, ao fim das aulas, reunia as alunas para saborear alguns pratos. Nos encontros, mostrava o que aprendeu com os pais, donos de restaurante. A brincadeira começou a virar tradição e surgiu a ideia de, quem sabe, profissionalizar o projeto. “Mas faltava o lugar”, conta Mariano. “Como sempre moramos ali perto, na Humaitá, passávamos de carro e comentávamos sobre a estrutura, o local”, lembra.
 
 Quando o imóvel que queriam foi desocupado, há cerca de cinco anos, não demorou uma tarde até que o casal, junto com o filho Elton, fechasse negócio. “A ideia era fazer algo diferente, um bar que não fosse o estilo ‘pegapacapá’, comum por aqui”. O projeto encontrou no “setlist” e na decoração a forma de criar o ambiente, e no nome “Santo” o modo de deixar declarado a que veio. Nasceu o Santo Bar e, a partir dele, projetos como o “Sambinha pro Santo”, organizado por Elton.
 
O cardápio diferenciado, ditado por Val e seguido à risca por duas cozinheiras, acompanha a premissa da casa – na cozinha não se vê fritura. “A gente queria que fosse um bar com algo a mais, com pratos mais substanciosos”, explica Mariano. Com a promessa de “cerveja mais gelada de Maringá”, a posta marinada chega à mesa, decorada e pronta para conquistar júri e clientes como melhor prato de butiquim no festival.

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